quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

27 Dezembro – Estrasburgo, França





Como eu já havia deixado tudo preparado, minha previsão era acordar as 7h30, tomar banho, café e pegar o trem as 8h22. Mas não eram nem 6h ainda quando a minha “Gast-Mutter” me chama lá de cima das escadas pensando que eu ia embarcar às 6h e que eu já estava atrasado.
Até eu levantar, ir lá explicar a situação e voltar, perdi o sono e já continuei acordado.

Como disse no outro post, o InterRail não tem validade no pais em que você mora, então eu peguei dois trens até passar da fronteira da França e continuei a viagem de Wissembourg em direção a Estrasburgo.
Chegando lá, na própria estação central tem um ponto de informações turísticas, onde eles tiram suas duvidas e vendem um mapinha da cidade detalhado e explicativo com as principais atrações (€1).
A partir dali eu já estava dando graças a Deus por estar falando em francês novamente (que domino bem mais do que o Alemão).

Também na própria estação, tem uma sala na plataforma 1, com armários eletrônicos vigiados e um guarda, onde você pode deixar suas malas e/ou mochilas enquanto anda pela cidade.
Eu paguei €4 e poderia deixar as coisas lá por até 72 horas. O espaço era relativamente grande, pois coube a minha mochila enorme, uma menor, e ainda sobrou espaço.
Para quem viaja com malas maiores também tem armários maiores de €6 e €8 que cabem até aquelas malas de 36Kg.

Enfim, tracei meu roteiro no mapinha, sai da estação, e comecei com as fotos.



Estrasburgo é uma cidade fantástica!
Ela é situada na região da Alsácia (da qual é capital), ao lado esquerdo do Rio Reno e foi fundada pelos romanos no ano 12 antes de Cristo, mas se chamava Argentoratum, e era apenas um campo militar.  Depois, em 496, mudou o nome para “Strateburgum” que significa “a cidade das rotas/caminhos” por estar em um lugar estratégico.
A França e a Alemanha já lutaram por ela varias vezes. Teve uma época, em que ela fazia parte da Alemanha e a intenção dos alemães era de fazer dela um espelho da cultura deles para provar para o mundo (e principalmente para a França) que eles tinham uma cultura superior a de todos.
Depois da primeira guerra mundial em 1919 e com o Tratado de Versalhes, ela voltou para a França, mas ai na segunda guerra mundial e Alemanha a tomou de volta, porem no final da guerra, voltou a fazer parte da França.

Muitas pessoas importantes nasceram ou moraram lá, como o pintor Gustave Doré, o presidente do Conselho e do Parlamento europeu Pierre Pflimlin, o humanista Desiderius Erasmus, ou Erasmo, o escritor Johann Wolfgang von Goethe, o musico Wolfgang Amadeus Mozart, o teólogo, filósofo, músico e médico Albert Schweitzer e até mesmo o ex-futebolista paraguaio Chilavert.

Os principais pontos turísticos são:
O centro histórico, que é considerado patrimônio mundial pela Unesco



O Museu de arte moderna e contemporânea



A Barragem Vauban



As pontes cobertas (que não são mais cobertas hehe)




A “Petite France”, que é um bairro pitoresco onde moravam os pescadores, moedores de cereais (como o trigo para fazer farinha) e os curtidores de peles. As casas de madeira são na maioria dos séculos 16 e 17 construídas com suportes e as vezes com um ou dois andares abaixo do nível da água rio.




A Maison Kammerzel, considerada a casa mais bonita de Estrasburgo. Foi construida no século 16 e era uma loja de queijos



O Palácio Rohan, onde tem 3 museus importantes



O Palácio universitário



A própria estação central de trem





A Catedral de Estrasburgo, que começou a ser construída em 1015, mas foi concluída só em 1439. Tem uma torre de 142 metros de altura. Era o prédio mais alto do mundo entre 1625 e 1874. Fui ultrapassada como a igreja mais alta em 1880 pela catedral de Colônia, aqui na Alemanha. Hoje é a quarta igreja maior do mundo.
Tem uma coisa interessante também que eu vi lá dentro, que é um poço com uma grade de ferro, em que as pessoas passam por cima, mas se você parar e olhar, está LOTADO de moedas! Pela quantidade que eu vi, nunca retiraram nada de lá!






E como muitos sabem, a cidade é considerada a sede da União Européia, pois ela abriga o Conselho, Parlamento e Corte dos Direitos Humanos da Europa. Tudo isso fica em uma parte chamada “Distrito Europeu”, e para quem estuda ou trabalha com algo relacionado a isso vale a pena dar uma passada lá. http://www.eurodistrict.eu/fr/Accueil-2.html

Bom, é isso. A cidade como eu disse é fantástica, mas em apenas um dia você consegue visitar todas as atrações principais. A dica maior fica para a melhor época de ir, que em minha opinião é no Natal!
La tem uma das feiras de natal mais conhecidas e bonitas de Europa! Começa no final de Novembro e vai até 31 de Dezembro.



Ah é, teve uma coisa que me aconteceu que foi muito interessante também, e vou contar aqui rapidinho.
Estava frio e eu estava sem luvas, então entrei em uma lojinha para procurar. Eu gostei de umas là, mas quando vi que custavam quase €20 desisti de comprar e continuei vendo outras coisas.
O problema foi que como eu estava cheio de coisas nas mãos, eu segurei elas em baixo de tudo com o dedo mindinho, e sai da loja sem nem me tocar.
Uns 15 minutos depois, quando eu já havia andado bastante, eu vi que eu sai da loja com as luvas e sem pagar! Fiquei pensando, “potss.. eu não gostaria que fizessem isso comigo, e agora, o que eu faço?”
Como eu tinha tempo livre, voltei lá todo sem graça e contei para a mulher o que havia acontecido, mas com os €20 na mão para pagar.
Ela sorriu, me deu o troco e disse: “Você é uma pessoa muito honesta.”
Sai de lá todo contente, mas já pensei “Essa grana vai fazer falta hehe”
E adivinhem o que aconteceu? Alguns dias depois, quando eu estava em Zurique na Suíça, encontrei €20 jogados na minha frente! Comecei a rir sozinho, pq a moeda da Suíça nem Euro é! É o franco suíço! lol Enfim, o mundo da voltas ;)

De lá peguei o trem em direção a Zurique, de onde eu comecei meu caminho para a Eslováquia, que é o próximo post que estou escrevendo.

Mochilão de 27/12 a 05/01/2012






Parece que não, mas já se passaram quase dez meses desde que eu cheguei aqui na Alemanha.
Como eu comentei no outro post, meu contrato aqui é de um ano, e logo, em Março, eu volto para o Brasil.
Pensando nisso, resolvi pegar dez dias de férias depois do Natal e sair para conhecer algumas das cidades que eu mais tinha vontade de conhecer.
As cidades escolhidas foram: Estrasburgo (França), Bratislava (Eslováquia), Viena (Áustria), Budapeste (Hungria), Berna e Zurique (Suíça).

Para isso eu usei o InterRail.
O InterRail é um passe de trem, para quem é residente em algum pais europeu por pelo menos 6 meses, que da direito a viajar em praticamente toda a Europa (30 países) pelo período que você escolher.
Eu comprei o Global Pass 5 dias em 10 dias, e por eu ter menos de 26 anos, me custou €169 (agora subiu para €175).
Explicando melhor, eu escolhi um período de 10 dias (27/12 a 05/01) e pude utilizar 5 dias de viagem alternativamente.
A é, ele não é valido dentro do pais que você mora, então você tem que ir até a fronteira com algum pais vizinho e começar a viagem de la.

Depois dele tem o de 10 dias em 22 dias (€257)
todos os dias durante 15 dias (€298)
todos os dias durante 22 dias (€329)
e todos os dias durante um mês (€422).

Para quem não mora na Europa, pode comprar o Eurail (http://www.eurail.com). Este é mais caro, e eu sinceramente so acho que compensa se você for viajar muito entre cidades e países visinhos, e que não gaste muito tempo. Caso contrario, viajar de avião com companhias de baixo custo pode sair bem mais barato.

Com a hospedagem eu me virei com o Couchsurfing (http://www.couchsurfing.org ).
É uma comunidade com mais de 3 milhões de cadastrados em todo mundo, que te oferecem um lugar para dormir na casa deles.
Embora haja esse numero tão grande de pessoas, não é tão fácil assim de conseguir uma vaga. Primeiro você tem que ter um perfil confiável, escrever sobre você, o que você gosta, o que você faz, qual sua visão de vida e tal. Depois, você precisa de boas referências, que são mensagens, geralmente em inglês, de pessoas que te conhecem, que já te hospedaram ou que já foram recebidas por você.
Não se trata somente de escapar de pagar hotel, e sim do espírito de aventura de conhecer pessoas do mundo todo, previamente por email e depois pessoalmente. Trocar experiências, conhecer novas culturas, ajudar e ser ajudado. =)

Depois disto tudo planejado, foi so juntar um dinheiro para comida e algumas diversões e botar o pé na estrada (ou trilhos, hehe).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Rússia - Moscou


Privet , kak dela?
Ola, tudo bem? (em russo)

A Russia me surpreendeu! Pelo menos a parte que eu vi.



Não que eu tenha um pré-conceito sobre o país, mas quando eu planejo uma viagem, eu fico a semana toda, que antecede a data, imaginando como poderia ser, e a visão que eu tive nestes quatro dias em que estive lá foi udivitelʹnyĭ (deslumbrante).
Alfabeto cirílico russo.


Algumas coisas não foram surpresa para mim, como por exemplo a dificuldade para os turistas.
Primeiro que quase nenhuma placa tem tradução, e nem o "chutômetro” ajudaria nete caso, pois o alfabeto russo te impede

E depois, o inglês ali não ajuda muito.
Não encontrei muita gente que falasse, ou pelo menos entendesse angliĭskiĭ (inglês), e as poucas que tem, trabalham em grandes lojas e restaurantes.

Mas não tive muitos problemas relacionados a isso, e para saber o porquê vou começar a contar sobre a minha viagem.

Os motivos a cima e mais o custo da passagem aérea haviam me feito desistir da Rússia por enquanto, porém a alguns meses, fiz amizade com o Dmitry, que é amigo de uns amigos meus aqui na Alemanha. Ele é russo e me disse que estava voltando para a Rússia em Agosto, e o dia em que eu quisesse ir, era só avisá-lo que ele me acompanharia desde o aeroporto e ainda não precisaria pagar hotel.

Mas o valor da passagem aérea ainda era um empecilho. Até que uma noite fuçando na net, encontrei uma promoção que batia certinho com o que sobrava do meu dinheiro (€130). Pronto! Perguntei aqui se eu poderia pegar alguns dias de folga, comprei a passagem, e mandei uma mensagem no Facebook dele dizendo “You’re in trouble! I just bought my ticket to Moscou”. Ele riu e disse que não havia problema.

Dia 11/11/11 (eita O.o), embarquei com a Germanwings de Köln/Bonn para Moskva (Moscou), capital da Rússia, com cerca de 10 milhões de habitantes.
Eu tive sorte com o tempo! A temperatura nos quatro dias em que estive lá variaram entre 3 a -3°C ( Sem os "-10°C" como previsto).

Durante o vôo pensei: “pelo menos na imigração vou conseguir me virar em inglês né!”
Que nada! Quando eu cheguei ao guichê, soltei o “Hi, do you speak english?” e a mulher respondeu em russo, já vi que perderia pelo menos uns 10 minutos ali. Dito e feito!

Ela olhava meu passaporte de cima a baixo tentando encontrar as informações que precisava, tentou mais algumas vezes falar comigo em russo, até que ela chamou outra policial que falava algumas palavras em inglês. Perguntou minha data de nascimento, me pediu para assinar um papel, carimbou meu passaporte e então eu fui liberado.
Detalhe: Ao contrario dos europeus, desde 2010 Brazilʹtsev (brasileiros) não precisam de visto para entrar como turista na Rússia!

Estação Mayakoviskaya
Estação Kievskaya
Estação Arbatskaya

Troquei meus Euros por Rublos ( €1 equivalia a 41RUB ), encontrei com meu amigo, e então fomos para o trem Aeroexpress.
O aeroporto de Vnukuvo, que é o aonde eu cheguei, fica a 35 minutos do centro de Moscou com este trem. O bilhete de ida e volta custa 590RUB (50RUB mais barato que comprar os trechos separados).
Depois do trem, fomos para o metrô, e a partir dai comecei a descobrir a cidade!
Mais conhecido como o “Palácio subterrâneo”, cada estação é decorada de um jeito, e algumas com arquitetura e decorações mais bonitas que alguns museus de Paris.
Eu perguntei o porquê das estações serem tão abaixo do nível das ruas, e meu amigo me contou que no inicio, o propósito das estações eram para servir de abrigo no caso de guerra.
La tinha espaço e comida suficiente para a população de Moscou se abrigar, sem contar do sistema de renovação de ar, e revestimentos nos portões de entrada que impediriam os efeitos de uma possível bomba nuclear. Foram utilizadas na segunda guerra mundial. 150 pessoas nasceram lá!

Saímos para ver a cidade a noite, tomei a minha primeira dose de vodka russa. 

Curiosidade: Sabia que o nome "Vodka" surgiu na Rússia, e vem da palavra Água? (Voda)
Talvez é por isso que os russos tomam tanto! lol

Encontramos com um amigo do Dmitry. 
O cara além de ser gente boa pakas, é celebridade na Rússia! DJ, trabalha na MTV, e tem um blog famoso.
Ele nos levou em um dos bares mais conhecidos de Moscou, o Denis Simachevshop&bar, onde ele tocou das 2am as 4am. 

La não paga para entrar, mas tem que ser conhecido de alguém, Vip, ou estar muito bem vestido, pois tem uma seleção na entrada.
Ele conhecia todo mundo! Foi uma eternidade até chegar ao palco que ele iria tocar, e a cada parada ele me apresentava as meninas e falava: “este é o Weslley do Brasil, cuidado que esta quente!”
Fato importante da noite: as russas não tem medo de olhar! Se elas estão afim, elas te encaram mesmo na cara dura.
Enfim, tomei uma caipirinha (que por sinal estava ruim), curti a noite, e por volta das 6 da manha eu estava indo descansar.

Subbota (Sábado) e Voskresenʹe (Domingo) durante o dia, saimos para conhecer as atrações de Moscou.
A Catedral do Cristo Salvador é a segunda mais importante e bonita da cidade. as principais solenidades da Igreja Ortodoxa Russa são celebradas ali.

Catedral do Cristo Salvador.


Catedral do Cristo Salvador.














A cidade é cortada pelos rios Moscou e Volga.

Na Patriarshii Most (Ponte Patriarcal) sobre o Rio Moscou.
A Universidade Lomonossov de MoscouÉ a maior da Rússia, construída em 1755, com 303 metros de altura e reconhecida mundialmente por sua excelência.

Univ. Lomonossov de Moscou.

Moskovskiĭ gosudarstvennyĭ universitet

O Yeliseyevsky, é um pequeno mercado que mais parece um museu. Era um empório no século 19, e hoje funciona como um “mercadinho”, com chocolates, vodkas, comidas e bebidas.

Yeliseyevsky
Yeliseyevsky

Tem também o “Tumulo do soldado desconhecido”, que é um monumento presente em varios países em homenagem aos mortos nas guerra que não tiveram os corpos identificados.
Embora pareça engraçado o movimento que os guardas fazem com as pernas, o intuito ali é ter respeito.

Krasnaya ploschad (Praça Vermelha), é o Top de Moscou. Foi projetada para proteger o Kremlin de incêndios e inimigos despercebidos. La tem:

O Kremlin, uma fortaleza que começou a ser construído em 1156, pelo fundador de Moscou, Yuri Dolgoruky. Hoje é a sede do governo Russo.
No interior das muralhas existem vários palácios e igrejas, como o Grande Palácio do Kremlin, a Catedral da Anunciação, a Catedral do Arcanjo São Miguel, a Catedral da Dormição, entre outras.
Tem também o “Tsar Kolokol", o maior sino de bronze fundido do mundo, que pesa 222 toneladas, tem pouco mais de 6 metros de altura e 6 de diâmetro. Um incêndio em 1737 fez o sino quebrar e soltar uma “pequena” parte de 11 toneladas.



Tsar Kolokol




A famosa Catedral de São Basílio, que mais parece um castelo da Disney.

Antes era chamada “Igreja da Trindade”, mas ganhou este nome depois da ultima parte ser construída sobre o tumulo de um venerado santo local chamado Vasily (Basílio).
Curiosidade: Ela foi construída as ordens do imperador “Ivan o Terrível” a partir de 1555.
O cara era loção! Embora tenha feito significativas expansões para a Rússia, seu excesso de crueldade chamava mais atenção. Seu hobby era assistir a seções de tortura.
Ele teve sete mulheres, uma delas morreu por circunstancias suspeitas. Em um acesso de raiva, ele acabou matando um dos seus filhos acidentalmente. Carregou remorso para o resto da vida e morreu louco.
O tal de “Santo Basílio”, nome da catedral, era um vidente que previu a morte do filho de Ivan.



O GUM (Gosudarstvenniy Universalniy Magazin) é shopping com uma fachada de 240 metros e arquitetura de luxo, construído a partir de 1890. 

GUM


O Mausoléu do Lênin. Com dois guardas armados na entrada.
Para quem não sabe Vladimir Ilitch Lenin ou Lenine foi chefe de estado da Rússia, um dos responsáveis pela Revolução Russa, líder do Partido Comunista e um dos criadores da União Soviética. La dentro, em uma cripta refrigerada, està o seu corpo mumificado e a mostra em uma urna de vidro. 

Lenin

E o Museu histórico do Estado. Fundado pelo arqueólogo Uvarov, tem mais de 300 mil objetos. Itens e informações desde a pré-história, até a segunda guerra mundial. Talvez as coisas mais interessantes sejam um sarcófago do reino do Bósforo (VI antes de Cristo), e o trenó que o Napoleão usou durante a guerra.

Gosudarstvennyii Istoricheskiii muzyeii (Museu histórico do Estado)

Ufa, chega de historia!
No caminho, encontrei isso pixado na calçada:



Meu amigo disse que significa: “O Álcool destrói o cérebro”.
Pensei comigo: “Dizer isso aqui na Rússia é o mesmo que dizer no Brasil que o carnaval faz mal a saúde” lol

Esse amigo DJ, também nos levou em um restaurante ucraniano.

Restaurante Ucraniano em Moscou.

E depois foi comprar uma jaqueta em uma galeria de luxo chamada ЦУМ (tsum), pagar cerca de €400 e falar “Potz, ainda bem que achei uma com preço baixo” 
E eu pensando: “What!? O.o”

Fomos ainda a mais dois clubes no Sábado e no Domingo a noite. Tentei encontrar os nomes para postar aqui, mas não consegui. Em nenhum deles paguei para entrar! (Talvez tenha sido porque eu estava junto com este cara). Só pagava a bebida, que variava de 200 a 450RUB, entre uma Piva (cerveja) e um Whisky com Coca.

Ponedel'nik (Segunda feira) foi dia de acordar, arrumar as malas e partir para o aeroporto.
Me despedi, e voltei para a Alemanha com a certeza de que Moscou é uma cidade fantástica!
Sem duvidas foi uma das melhores viagens que eu já fiz, e é um destino que eu recomendo a todos (se tiverem alguém para te auxiliar com o idioma, hehe)

Ps: Como nem tudo é maravilha, meu vôo atrasou quase duas horas pois houve uma discussão entre dois passageiros já dentro da aeronave. E para finalizar, a imigração no aeroporto de Köln/Bonn, so havia quatro guichês. Resultado: quase uma hora a mais na fila para entrar definitivamente na Alemanha.

Imigração no aeroporto de volta a Alemanha.

Agora é voltar para as aulas de alemão, e planejar a próxima viagem!
Eu acredito que seja Berlin no Réveillon, mas ainda não tenho certeza... vamos ver o que acontece.

Spasibo (obrigado) a quem agüentou ler até aqui! =) E acreditem se quiserem, ainda deixei de contar MUITA coisa!

Do svidaniya!
(até a próxima)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu e o trânsito na Alemanha!



Antes de falar sobre a viagem que fiz a Speyer, vou aproveitar que hoje me aconteceu uma pérola no quesito “veículo”, e vou falar um pouco sobre o trânsito.
O que muita gente sabe, e gosta, sobre isso é que aqui não tem pedágio e nas auto-estradas (Autobahns) nacionais não há limite de velocidade. Isso é verdade! (e bom pra quem tem uma Mercedes, BMW...).
O semáforo acende também a luz amarela entre o vermelho e o verde! Assim você sabe quando vai abrir.
Basicamente as leis em relação à segurança são as mesmas: sinto de segurança, proibido ultrapassar pela direita, idade mínima para dirigir é 18 anos, moto = capacete, entre outros. Ah, o lado do volante é na esquerda, igual ao do Brasil!

Curiosidade rápida sobre o lado de dirigir: Os países que tem o volante do lado direito foram, na maioria, colonizados pelos ingleses (Austrália, Bahamas, Brunei, Chipre, Nova Zelândia... e é claro: Inglaterra). Os EUA e o Canadá são exceções.
Mas e o Japão?  No início do século 19, um ministro inglês fez uma visita com a intenção de convencê-los a fazer o mesmo. Os japoneses aceitaram!

Essa semana me aconteceu duas coisas que é interessante contar.
Uma aconteceu hoje, e se tivesse um título seria: “Weslley, bicicleta também é veículo!”
Para ir estudar eu vou de bicicleta até a estação, prendo-a com corrente e vou de trem até a cidade vizinha (Neustadt). Na volta, fazendo o caminho inverso, eu avisto uns oito policiais na esquina. Quando eu chego mais próximo, um deles foi até a rua e faz sinal para eu encostar a bicicleta, igual quando pedem para parar carro. Já comecei a rir daí.  Então ele diz “O senhor pode descer do veículo, por favor? Desci do “veículo” e já soltei um “Eu não falo muito bem alemão, mas.. eu entendo um pouco”. Neste momento os oito “Gambés” deram um singelo sorriso, inclusive uma loirinha de aparelho, do tipo “Olha só, ele não é daqui!”(Sim, acreditem alemães também sorriem!)
Pediram para eu ficar na calçada e começaram a olhar a bicicleta de cima a baixo, tocar aquele sininho de “sai da frente”, apertar o “bréqui”, mexer no banco, guidão... até constatarem que estava tudo Ok! Ai então começou o interrogatório:


Onde essa bicicleta foi comprada? – Resp.: Não sei, não é minha.
Quando ela foi comprada? – Resp.: Não sei, não é minha.
De quem é essa bicicleta? – Resp.: Da família que é minha hospedeira aqui na Alemanha.
O que você esta fazendo na Alemanha? – Resp.: Estou estudando.
Esta com o seu passaporte ? – Resp.: Eu não ando com o passaporte, só com a cartão do seguro médico, de estudante e habilitação brasileira.
Eles olharam por uns segundos, e começaram a me explicar que na Alemanha tem controle de bicicleta também e que eu não posso sair de casa com uma em mal estado ou faltando algum item como refletor, freio, e aquele sininho.
A Alemanha é um dos países que mais utilizam a bicicleta. A estimativa é de que haja 78 milhões, e é considerado o principal meio de transporte de 9% da população.
Agradeceram-me, desejaram um bom dia e continuaram a blitz. Quando eu olho para traz vejo um menino de uns sete anos, encostado à parede, e os policiais tirando fotos da bicicleta e assinando uma multa para o garoto levar. Por mais que eu não seja uma pessoa ruim, meu olhar para ele foi de: “eita, dessa eu estou livre”, e ele para mim “Vixi, me ferrei”.

Curiosidade: Um cara muito criativo, dono de uma loja de bicicletas em Altlandsberg, no norte da Alemanha, decidiu pendurar 120 delas na parede do lado de fora. A propaganda deu certo! Hoje a loja é como um cartão postal da cidade.


A outra coisa que me aconteceu não foi divertida. Recebi uma multa de 100 euros.
Como eu disse antes, eu tenho um carro disponível para sair e viajar aqui por perto, e a uns dois finais de semana a Lu, que mora em Hachenburg, veio me visitar então resolvi ir com ela para Heidelberg (de novo). Na pista, chegando à cidade, havia um radar. O limite era 70 km/h e eu estava a 100.
Na Alemanha, eles também classificam os tipos de infração, porém quase todas são consideradas graves. A minha sorte foi que eu estava “apenas” a 30 km a cima do permitido e fora do perímetro urbano. Se eu estivesse 1 km a mais que isso, e dentro dessa área, eles cassariam minha permissão por até um ano.
Outra coisa, por mais que a Alemanha seja a terra da cerveja, beber e logo após dirigir também é motivo para perder a carteira de motorista.
É por isso que as coisas realmente funcionam aqui. Se for proibido, é proibido! E eles fiscalizam.
Não tem desculpa, acúmulo de pontos ou jeitinho brasileiro. Admiro isso nos alemães.
Deveria ser assim também com os nossos políticos. Roubou? Mentiu? Aproveitou de alguma situação para se dar bem? FORA! Mas como todos sabem, as regras controlam os atos e influenciam na índole da cada um, e já que políticos não são mais do que cidadãos, essas regras deveriam ser seguidas (de verdade) por todos. Mas esse é outro LONGO assunto. Hehe

Estou esperando a segunda carta com a confirmação da multa e o papel para que eu possa pagar. Até a minha alma sentiu esse prejuízo! Eu contabilizo as percas que tenho em paçocas. Poxa vida, €100 da +- 800!

Paçoca !!

Vou acabar de escrever o próximo post agora!

Bis bald. (até logo)

sábado, 2 de abril de 2011

Alemanha – Mannheim

Antes mesmo de chegar aqui na Alemanha, eu já ouvia/lia muito sobre Mannheim.
Muita gente a usa como referência em cidades vizinhas. Para quem é das minhas bandas (lá de Santa Bárbara D’Oeste), é como falar de Campinas, uma cidade que quase todos vão conhecer.

E não foi diferente por aqui. Hassloch (Haßloch) que é onde eu estou morando, tem pouco mais de 20 mil habitantes, e a Tiziana (que é a dona desta casa) sempre me falava de Mannheim como a cidade grande mais próxima.

Mannheim

Com cerca de 310 mil habitantes, ela também fica na região de Baden-Württemberg, e é lá onde os rios Neckar(aquele que também passa em Heidelberg) e o Reno se encontram. Por isso ela tem um dos maiores portos fluviais da Europa, e é um dos “pontos de encontro” mais utilizado na Alemanha em viagens de trem e de ônibus, a famosa "baldeação". 
Por lá passam cerca de 100 trens por dia e tem ligamento com 7 Rodovias.

Com 404 anos, ela é uma cidade relativamente jovem(em se tratando de Europa), e pelo seu desenho inicial, ela ganhou o apelido de “Quadratestadt” (cidade quadrada), muitos diziam parecer com um tabuleiro de xadrez. Tem uma parte dela (Mannheimer City) que ainda é conservada desse jeito. Da para perceber pelo endereço, por exemplo: meu endereço postal é “G3, 32”. G3 é o meu quarteirão e 32 é o numero da minha casa nele.

O primeiro castelo era aquele que eu falei (e mostrei) de Heidelberg, mas depois que o príncipe ferrou com tudo, e os franceses largaram a baguete e foram lá destrui-lo, o regente da região (Kurpfalz) ordenou em 1720, que fosse construído um maior e mais bonito (conta tudo para sua mãe kiko) as margens do rio.
Castelo (e Universidade) de Mannheim
Hoje ele é um dos maiores castelos em estilo barroco do mundo (tomô bicudo!?)! 
400 quartos, e 1387 janelas! (Se minha mãe tivesse aqui, já ia falar para ela deixar um cartãozinho da Persianas Garcia.. Vaaai que!)

Quem são os fodões que por la passaram e moraram? – Karl V. Drais (que construiu o primeiro veiculo de duas rodas), Karl(ou Carl) F. Benz (ele mesmo.. o da Mercedes), Friedrich Schiller (poeta, filósofo  e historiador alemão), e até Wolfgang Amadeus Mozart!

Mas então, sobre nossa visita! Depois de acordarmos 11 da manhã, fomos para a casa da Gabi deixar a bicicleta dela (e ela foi andando ao lado do carro de novo! Hehe) e seguimos para Mannheim.
Entrada de Mannheim
Eu não sabia direito o caminho, e no carro não tem GPS, então fui na sorte, e deu certo. 











Primeira parada: uma padaria para tomarmos café da manhã/almoçar. Comemos (muito) e fomos para a Friedrichsplatz (praça Friedrichs) onde tem o Wasserturm (torre da água). 
Friedrichsplatz
Friedrichsplatz - Wasserturm
Estátua com os peitos de fora!

Foi  onde eu me apaixonei por uma moça ruiva que sentou logo a minha frente, e foi embora.
Ruiva linda
Hauptbahnhof - Mannheim


Depois, passamos em frente a Hauptbahnhof (estação de trem) e fomos para o castelo, que citei acima, e hoje é sede da Universidade de Mannheim.
Paramos em frente a um gramado lá dentro, onde tinha uma galera jogando futebol, e depois de algumas fotos pegamos o caminho da roça.


Torre de transmissão em Mannheim




Outra coisa muito legal em Mannheim é a Fernmeldeturm (Torre de transmissão). Ela tem 212,8 metros de altura! Os elevadores sobem a uma velocidade de 6 metros por segundo. Lá em cima, a uma altura de 124 metros, tem um restaurante e uma plataforma de observação. (Corre o boato de que tem festinhas “Really nice” lá direto!) O preço para subi-la é de €4,50 para adultos, e €3,50 para estudantes e grupos com mais de 10 pessoas.






Ah, tem também a Jesuitenkirche (igreja Jesuita). Muito bonita!
Igreja Jesuita - Mannheim
Finalizamos o nosso dia em uma sorveteria Italiana, onde eu comprei um sorvete chamado Pinocchio (Pinóquio), e devorei em 2 minutos.
Sorvete italiano
Sorvete italiano - final!
De lá, as meninas pegaram um trem para Heidelberg, e eu segui de volta para Hassloch.
E foi isso. Eu sei que ainda vou voltar muito para lá, inclusive, ontem (depois de ter desmontado e montado a cama do menino mais velho aqui, e ter dado uma geral no quarto) a Tiziana me chamou para ir em um baile de Salsa em Mannheim, crente que por eu ser brasileiro iria apavorar na pista, mas chegando lá, ela viu que eu não saía do "dois para lá, dois para cá", e eu dizia que sem aula eu não ia saber dar todas aquelas voltas que o pessoal do lado fazia. Resumindo: Ferrei com o Pequí de Goiás!
Agora ela encasquetou que vai nos matricular em um curso de Salsa que tem toda quinta feira a noite. (Tôôôma.. vai querer falar demais!)
O que me salvou foi que eu descobri que no segundo andar do local, estava tendo uma baladinha. Não deu outra, fiquei por lá, conheci uma galera e só saí de lá depois das 2 da madrugada. Hehe (A Tiziana não estava sozinha. Ela estava com uma amiga lá em baixo)
Agora é esperar para ver o que vai acontecer. Estou planejando ir para uma cidade chamada Speyer amanhã. Dizem que tem uma catedral muito bonita. Eu só não tenho dinheiro! Hehe
Mas ela disse que eu posso pegar o carro para ir, então como eu já vi que a gasolina vai dar para ir e voltar, vou fazer uns lanches aqui com pão e pegar uns sucos (que os meninos levam para escola) e só volto a noite!

Valew por quem aturou ler o post até aqui! Este ta grandinho.

Auf Wiedersehen!
Ps.: Para quem não sabe (e nem jogou no google tradutor), isso significa um “até mais/à proxima” em alemão.